terça-feira, 10 de setembro de 2013

Lincon Ueda BMXer ???

Um dos maiores skatistas brasileiros de vertical da atualidade é conhecido como japonês voador, mas atende também pelo nome de Lincoln Dyo Ueda. E, com o know-how acumulado ao longo de quase 27 anos de carreira, disparou contra empresas que, segundo ele, apenas "se aproveitam do esporte".


"Por ser skatista, sei das dificuldades que os iniciantes têm para se destacar. Mesmo sabendo que existem muitas empresas sérias no mercado, existem também muitos aproveitadores, que consideram o skate uma mina de ouro e querem apenas 'sugar' do esporte, sem oferecer uma contrapartida", afirmou o ídolo ao UOL Esporte.

Na opinião de Ueda, a evolução do skate é algo irreversível. "Nos últimos 15 anos o esporte se tornou mais popular e muito mais profissional em relação ao mercado, assim como os skatistas também amadureceram profissionalmente" comenta. "E como toda atividade em evidência, várias dessas corporações, empresas e empresários foram bem orientadas por pessoas do segmento e investiram no skate de uma forma positiva, enquanto um número ainda maior surgiu com a única intenção de se aproveitar desse momento de ascenção, e se as vendas diminuírem serão os primeiros a sair", lamenta.

"Eu acredito que para o skate brasileiro chegar no nível dos americanos é preciso uma maior organização e parcerias no mercado empresarial, e que a popularização do esporte ao mesmo tempo em que cria uma minoria de milionários, vende ilusão para muita gente ", explica.



Ueda é um skatista que dá valor ao trabalho. "Eu trabalhei na mecânica do meu pai durante seis anos, e admirava vê-lo preparando motores. Sempre apreciei as fórmulas e o trabalho artesanal feito na composição de um motor, e participei na preparação de alguns carros de arrancada onde peguei amor pela velocidade", ao se referir que trocou a bike de BMX, por um skate que ganhou do seu pai, e a primeira modalidade que ele teve contato foi justamente o vertical na pista da Polato, em Guarulhos.

"Meus pais foram super importantes na minha carreira, tive um apoio familiar que me levou a acreditar e a viver o meu sonho de adolescente", ao lembra do "paitrocínio " que o ajudou a se tornar profissional em 1989, mesmo ano em que conseguiu a façanha de ficar em quarto lugar no campeonato mundial da Alemanha, o Master Munster Mastership, e abrir as portas para morar fora do Brasil. A partir daí, ele acelerou no esporte.

Participou do Slam City Jam, no Canadá, e em 1996 correu seu primeiro X Games, sendo que em 2002 levou o ouro do Latin America X Games, o que lhe garantiu presenças no evento mundial da Filadélfia.

Sua performance e carisma lhe valeu a oportunidade de lançar sua própria empresa de rodas a Type-S, junto com o americano Serge Ventura.

Casado com Cristiane Ueda com quem tem um filho, ele mora na Califórnia a 15 anos, é patrocinado pela Hosoi Skateboards, Mirror Co Projects, Crail Trucks, Type-S Wheels, Protec Helmets, 187 Pads e PSK e foi uma das estrelas do primeiro documentário brasileiro longa metragem sobre skate, o Vida Sobre Rodas (2010), do diretor Daniel Baccaro.

Ueda é um dos poucos no mundo que tem a habilidade de conseguir voar até seis metros e meio de altura nas rampas com seu skate (marca que atingiu na mega rampa), e por isso ganhou o apelido de Flying Japanese (japonês voador).

Prova disso é a sua rotina em uma sessão de skate que inclui manobras como Grind, Body Jar, Lien Air, Japan Air, 540, Slod Air, Backside Ollie, Frontside Ollie, Stale Fish, Frontside Boardslide e Air to Fakie que podem ser conferidas em fotografias exclusiva produzidas por um dos maiores fotógrafos especializados em skate do mundo, o brasileiro Daniel Bourqui, que já fotografou para as principais revistas de skate do Brasil.

Bourqui atualmente colabora com a publicação trimestral americana The Skateboarders Journal, onde em sua mais recente edição, apresenta em matéria de capa justamente Christian Hosoi e Lincoln Ueda, dois ídolos dos aerials.

Depois de viajar por países como Inglaterra, França, Alemanha, República Checa, Suíca, Suécia, Grécia, Índia, Japão, Austrália, Espanha e China, Ueda se auto intitula um free skater, que anda mais por diversão do que por competição e pretende a partir de agora focar suas estratégias comerciais com a Type S para o Brasil, e apoiar os novos talentos.

"Acredite nos seus sonhos, seja paciente, determinado, mantenha sempre uma atitude positiva, ande de skate por amor e diversão, não pela fama e pelo dinheiro", dá a receita do seu sucesso.

"Eu acredito que um campeão não é aquele que apenas coleciona títulos, mas sim alguém que tem um diferencial para ser reconhecido além dos campeonatos. Uma performance e atitude que faz com ele ganhe o respeito e a admiração daqueles com quem convive. Esse sim é o verdadeiro campeão", para quem como ele, o mais importante está na diversão e não na competição.

Ueda, que está para completar 40 anos, não vê preconceito em relação a idade. "Até quando o meu condicionamento físico aguentar eu estarei andando de skate", promete.

Fonte;

http://esporte.uol.com.br/radicais/album/2013/09/10/lincoln-ueda-o-japones-voador.htm#fotoNav=1

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